Vivemos em um país frágil, onde quase nada é apurado ou planejado, tudo é feito de qualquer forma, tudo menos a corrupção. Temos leis falhas, uma política falha, uma sociedade em sua maioria acomodada, brasileiros que desistem sempre, e que não mudam nunca.
No meu primeiro dia de aula no ensino médio, os alunos em sala deveriam formar um circulo e logo depois começarem a se apresentar uns aos outros, alguns começaram dizendo de onde estavam vindo, outros do que gostavam, eu comecei assim:
- Meu nome é Eduardo e eu “odeio” o Brasil.
Não me arrependi de ter dito à frase que causou polêmica na sala, pelo contrario, o meu “nado contra a maré” me rendeu certa “popularidade” na turma, foi interessante defender minha opinião. Hoje eu poderia repetir a mesma frase.
O que me fez voltar a pensar no assunto e tentar formular esse post foram uma serie de eventos, muitos deles ligados as besteiras que a mídia vem anunciando dia a dia, sobre o que se passa em Brasília a respeito dos direitos humanos, acho vergonhoso para o nosso país, e mais vergonho para a mídia, que fica fazendo noticia encima de meias verdades, mas o que mais me inspira neste momento é nossa Legislação, os buracos criados pelo nosso legislativo só não são maiores que os buracos em nossas estradas, estradas essas que deveriam ser bem cuidadas e planejadas, uma vez que nós pagamos impostos pra isso, impostos altíssimos, impostos que por sua vez formam um dos mais caros sistemas tributários do mundo, mas isto é outra historia.
Hoje pela manhã enquanto tomava café e me preparava para sair, estava escutando a TV na sala, o programa em questão eu não lembro, mas era um desses canais de noticias, só noticias, a questão tratada era morte de um estudante por um marginal, vagabundo, assassino de 17 anos. Eu acho que você já deve ter visto algo na TV ou escutado de alguém sobre o assunto, mas se ainda não viu, nem ouviu, vou explicar em um resumo geral.
O carinha encontra o estudante, pede o seu celular, que lhe é entregue imediatamente, mas antes de sair o Carinha dá um tiro na cabeça do Jovem e vai embora. Sebe quantos anos esse filho da mãe vai responder por esse crime? 2 ou 3 anos se eu não me engano. E sabe por que ele não vai ser julgado como deveria podendo responder entre 12 a 30 anos de prisão? Por que o nossa legislação diz que uma pessoa dessa idade não pode responder como um adulto.
Aaaaaaaaaaaaaaaaa Vai tomar banho, é ridículo ouvir algo desse tipo, e se você como um dos magistrados da reportagem concorda com nossa legislação eu me sinto obrigado e te mandar tomar banho também. Não é algo simples por na minha cabeça que alguém com 17 anos não pode ser julgado como adulto, e não é, porque eu já tive 17 anos e se eu tivesse matado alguém eu teria plena consciência do que eu estava fazendo.
Na reportagem o magistrado dizia mais ou menus assim “Não podemos tratar esse jovem como o adulto que ele não é, não podemos enquadrar esses meninos em um sistema falho como o nosso, sem planejamento. Não temos condições de cuidar nem de nosso presos mais velhos, menos condições teríamos de cuidar deste assunto”. Cuidar? Cuidar? Nos não precisamos, não temos, não devemos cuidar de assassinos, as penitenciárias brasileiras não tem que ser comparadas a hotéis, elas só precisam de segurança(máxima). Preso não tem que ver prisão como segunda casa, e sim como um local que cause medo. “Mas Eduardo...” Mas é Eduardo nada, não há o que protelar quando o assunto é este, ser preso, matar, roubar está se tornando algo normal em nossa sociedade, e isso acontece justamente por que nossas leis são falhas de mais, brandas de mais. Imagine só que um cara como este filho da mãe mata alguém de sua família, e em 3 anos você simplesmente esbarra com ele na rua. Durante esses 3 anos o carinha está tendo, 3 refeições por dia, banho de sol, horário para lazer. 3 anos se passam, mas a dor da perda não passa, enquanto o cara vive em um hotel, você e eu pagamos a conta para ele continua a sobreviver. Bandidos aqui em nosso solo são mais bem tratados que nossos mendigos, nossos idosos e por ai vai.
Eu sinceramente não consigo entender, e você?